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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Dirigente da Abraço de SP chama a Abraço Nacional de pelega



O comunicador Jerry Oliveira (foto), de São Paulo, membro da direção regional da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), disse em comunicado pela internet que a entidade é subserviente aos interesses do Governo Federal, convocando os companheiros para “combater o peleguismo da Abraço nacional”. A acusação veio no bojo de comunicado sobre seu estado de saúde, vítima que foi de acidente vascular cerebral. “Não ficou nenhuma sequela, e daqui pra frente vou descartar as coisas que me fazem mal, tipo cigarro, revista Veja, Anatel, Abert e Abraço Nacional”, ironizou Jerry.

O militante do movimento convoca os companheiros para a luta pela reversão do quadro político que ameaça as rádios comunitárias. “Solicito aos companheiros do Sul e Sudeste da Abraço que não deixem de fazer a reunião de Curitiba, e aos companheiros da Abraço/SP peço realizar reunião urgente para encaminhar a luta, principalmente contra o ‘decreto do mal’ que afeta as rádios comunitárias e  contra o peleguismo da Abraço Nacional”, afirmou Jerry.

Em novembro de 2009, Jerry Oliveira foi preso em São Paulo, acusado de operar rádio comunitária sem outorga do Ministério das Comunicações.   “O ato foi um flagrante de ilegalidade, pois não poderia se configurar flagrante delito, haja vista a decisão da Juíza da 1º Vara Federal que entende que não se constitui crime a instalação de equipamentos de radiodifusão”, explica Oliveira. Ele afirma ainda que o delegado dizia tratar-se de ordens superiores, “o que demonstra a intenção de criminalização do movimento”, disse Jerry.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Rádio Comunitária de Presidente Sarney sofre atentado


Equipamentos queimados no estúdio da rádio

Prédio onde funciona a Rádio Comunitária Ambiente FM

A notícia é antiga, mas válida enquanto referência no que se refere aos atritos envolvendo rádios comunitárias e política interiorana. Muitas rádios comunitárias sofrem pressão dos poderosos do lugar por tomarem posições antagônicas com os mandatários locais, provocando a fúria de quem se acha “dono” das comunidades.

No Maranhão, a pequena cidade de Presidente Sarney conta com a Rádio Comunitária Ambiente FM, vítima de atentado na madrugada do dia 15 de abril de 2012. Cerca de cinco elementos invadiram a sede da emissora, atirando contra o segurança e danificando os equipamentos, logo em seguida ateando fogo no local. Segundo o blog “Cidade de Presidente Sarney”, dois dos indivíduos foram reconhecidos e em poucas horas presos em flagrante. Os dois indivíduos presos, Juarez Lima de Araújo, 44, e Joseivaldo Silva dos Santos, 32, são funcionários da prefeitura de Presidente Sarney e assessores direto do prefeito e seu filho, prováveis mandantes do atentado”. Segundo o blog, Essa não é a primeira vez que a emissora sofre atentado. A algum tempo atrás uma pessoa que fazia manutenção na torre percebeu algo de errado e, verificando, descobriu que haviam serrado dois dos três pés da torre.

Ainda conforme o blog, “os responsáveis por essa barbárie, após pagarem fiança, foram recebidos pelos seus colegas partidários do prefeito e seu filho como verdadeiros heróis, sob trovoadas de fogos.”


terça-feira, 29 de maio de 2012

Rádios comunitárias poderão comprar equipamentos financiados pelo BNDES

Foi aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CCT) o Projeto de Lei 556/07, que permite às rádios comunitárias receberem recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O financiamento poderá ser usado para aquisição de equipamentos, modernização das instalações ou para a produção de programas culturais e educativos, assim como cursos de formação profissional.

O senador Walter Pinheiro (PT-BA), relator do projeto na CCT, justifica o parecer favorável lembrando da dificuldade que as emissoras comunitárias têm para se manter. “Havia a lacuna do financiamento. As rádios comunitárias não podiam ter acesso a recursos principalmente para aquisição de equipamentos, para melhoramentos, e até gozar de benefícios da legislação existente”.

O texto foi aprovado em caráter terminativo. Se não houver manifestação para que o projeto seja analisado em plenário, a proposta segue para a Câmara dos Deputados.

A professora Cicilia Krohling Peruzzo, da Universidade Metodista de São Paulo, que faz pesquisa na área de comunicação comunitária, considera o projeto um avanço, mas que não resolve o problema, já que essas rádios, que são instituições sem fins lucrativos, terão que pagar o financiamento.
“Em um primeiro momento me parece uma questão bem interessante, no entanto, resta saber sobre o retorno desse financiamento ao banco. Na modalidade atual, as rádios comunitárias, com raríssimas exceções, não teriam como estar, depois, pagando esse financiamento, devolvendo ao banco, não tem entrada de recursos”.

Pelo texto do projeto, o financiamento será concedido com prazo de até dez anos, carência de dois anos e correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).

A professora defende que seja criado um fundo de apoio para as rádios comunitárias, com critérios para que possam ser passados recursos, a fundo perdido, para emissoras que têm papel significativo em suas localidades.
Também foi aprovada na CCT o Projeto de Lei 629/11, que permite que rádios comunitárias recebam recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Na opinião da professora Cicilia, isso seria uma solução melhor do que o financiamento. “É outra rubrica. Aí sim é um apoio para o crescimento das emissoras, melhoria, outro tipo de aporte”.

De acordo com o Ministério das Comunicações, rádio comunitária é uma emissora de baixa potência que serve de canal de comunicação dentro de uma comunidade, para a divulgação de ideias, manifestações culturais e hábitos sociais, sendo aberta à participação da população local. É necessário ter uma outorga para funcionar e a emissora não pode ter fins lucrativos nem ser vinculada a entidades como partidos políticos e instituições religiosas.

Informações: Akemi Nitahara – Agência Brasil

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Encontro Mulheres e Direito à Comunicação





O SOS Corpo promove de 01 a 03 de junho, com o apoio da Fundação Ford, um encontro que pretende reunir diversas mulheres. Inscrições até 28 de maio. 


 O objetivo do encontro é realizar intercâmbio sobre comunicação e expressão pública do movimento de mulheres; debater sobre lutas e articulações pelo direito à comunicação; e refletir sobre as várias formas de comunicação do Feminismo.

As inscrições podem ser feitas até 28 de maio, pelo e-mail: secretaria@soscorpo.org.br.

Envie:
- seu nome completo, endereço, telefone, data de nascimento, informando também:
- se faz parte de algum grupo ou organização;
- em que trabalha;
- outras atividades;
- sua formação;
- e porque gostaria de participar do encontro.

Quem pode participar
A expectativa do SOS Corpo é reunir mulheres maiores de 18 anos, com uma ou mais destas características:
- que atuem no movimento de mulheres ou em algum outro movimento social
- que sejam feministas ou interessadas no Feminismo
- que trabalhem em ONGs ligadas à Abong;
- que integrem Pontos de Cultura, ligados ou não à comunicação
- que sejam cineclubistas ou tenha experiência com fotografia ou audiovisual
- que lidem com arte, memória ou cultura.

Se você quer participar, mas não se identifica com nenhum item acima, mesmo assim pode enviar sua inscrição para nós avaliarmos.

domingo, 27 de maio de 2012

Coordenadores das Abraços nordestinas se reúnem para planejamentos



Os coordenadores estaduais das Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) do Nordeste, Moreira da Silva – PB, Ricardo Campos – PI, Flavio Marques – PE, Jonas Caic – AL, Roberto Amorim – SE e Adilson – MA, se reuniram no dia 18 de maio para estreitar as relações e debater questões específicas dos respectivos estados. A reunião aconteceu no Hotel Armação, em Porto de Galinhas-PE – mesmo local onde estava ocorrendo o IV Encontro de Jornalistas do Nordeste. Na ocasião foi discutida a organização do Primeiro Encontro Nordeste das Abraços na Região, que será realizado no dia 12 de agosto, em Salvador que contará com a participação de cerca de 150 dirigentes das 09 Abraços estaduais do Nordeste.

De acordo com o coordenador das Regionais na Executiva da Abraço Nacional, Moreira Silva, a reunião foi um somatório de forças das rádios comunitárias da região. Ele afirma que a Abraço Nacional é considerada parceira da Fundação Banco do Brasil e está afinando alguns projetos onde ambas as entidades poderão ser bem sucedidas. “Esta parceria concretizará diversas atividades conjuntas”, disse Moreira.

Para o Coordenador da Abraço-MA, Adilson Sousa, o encontro foi fundamental para reavaliar os propósitos nacionais e estaduais do movimento de radiodifusão comunitária. “Estamos muito motivados com este momento vivido pela Abraço. Já foi possível avançar em relevantes pontos críticos para as radcom. E estamos confiantes que mais benefícios estão por vir”, comemora Adilson.

A reunião também tratou de questões pendentes nos estados da Bahia e Maranhão.
Estavam presentes na reunião os coordenadores: Roberto Amorim (Sergipe), Jonas Caic (Alagoas), Flávio Marques (Pernambuco), Moreira Silva (Paraíba), Ricardo Rodrigues (Piauí), Adilson Sousa (mranhão), José Sóter (coordenador executivo), Wagner Souto e Sávio.

Abraço Nacional
Bruno Caetano
Da Redação

sábado, 26 de maio de 2012

Alô comunidade! Nº 49 já está no Youtube


Lourdes Sarmento foi sabatinada no programa Alô comunidade!

Nesta edição uma entrevista exclusiva com Lourdes Sarmento, pré-candidata à prefeitura de João Pessoa pelo PCO. O programa ouviu também a jornalista Mabel Dias, assessora da ONG Bamidelê de Mulheres Negras, que vai promover oficina para jornalistas sobre a temática étnico-racial.

O rapper Fiell canta e conta a luta da comunidade do morro Santa Marta para defender sua rádio comunitária.

Apresentação de Fábio Mozart e Adriana Felizardo, com locução auxiliar e produção de Dalmo Oliveira. Sonoplastia de Luciano Júnior.

Se você não acompanhou ao vivo, ouça agora no youtube programa deste sábado (26 de maio):



Se ligue no link!


De qualquer lugar do planeta, você pode ouvir nosso programa ALÔ COMUNIDADE pela velha e boa Rádio Tabajara da Paraíba AM – 1.110 KHZ. Basta clicar no link abaixo, às 14 horas de hoje (sábado, 26 de maio).




Você pode interagir com o programa mandando mensagem pelo email: alocomunidadepb@gmail.com


"Rádios comunitárias são uma necessidade do povo"


Rapper Fiell fala sobre rádios comunitárias no "Alô comunidade" de hoje

É o que afirma Emerson Cláudio dos Santos, o rapper Fiell. Ele é um dos comunicadores da Rádio Comunitária Santa Marta, localizada na favela de mesmo nome, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.
Recentemente, a emissora completou um ano fora do ar. Fiell conta que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pela Polícia Federal “calaram a voz do morro na data em que se comemora o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio.

Fiell e mais o rapper paraibano Cassiano Pedra, o DJ Mauro, o pessoal da Marcha da Maconha e o Partido da Causa Operária, representado por Lourdes Sarmento, estarão no programa ALÔ COMUNIDADE deste sábado (26 de maio).

 O “Alô Comunidade” é um programa da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e transmitido pela Rádio Tabajara (1.110 AM), retransmitido por sete rádios comunitárias e diversos blogs e sites, numa produção da Sociedade Cultural Posse Nova República, Ponto de Cultura Cantiga de Ninar e Coletivo de Jornalistas Novos Rumos.

O programa vai ao ar todos os sábados às 14h, com apresentação e produção de Dalmo Oliveira, Fábio Mozart e Adriana Felizardo, reportagem de Fabiana Veloso e Marcos Veloso. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Abraço se destaca no IV Encontro de Jornalistas do Nordeste


Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) participou do IV Encontro de Jornalistas do Nordeste. O evento, que foi promovido pela Fundação Banco do Brasil, abordou como tema geral a Superação da Pobreza e o Desenvolvimento Sustentável, contando com a presença de comunicadores dos nove estados nordestinos. O encontro realizado entre os dias 16 e 18 de maio no Hotel Armação em Porto de Galinhas – PE, fez com que os profissionais da imprensa nordestina debatessem temas urgentes como: a Plataforma de Tecnologias Sociais na Rio+20, a Inclusão Digital e Protagonismo Social e a Universalização da Água.

Em meio a um debate que aprofundou sobre o papel social do comunicador, os representantes da Abraço levantaram várias questões referentes a radiodifusão comunitária no Brasil. Os pontos destacados foram: sustentabilidade das emissoras comunitárias; a valorização das organizações da comunidade como resistência e garantia de igualdade nas lutas; a lenta tramitação dos processos no Ministério das Comunicações; legislação das outorgas; Economia Solidária; a divulgação imparcial dos projetos sociais sustentáveis, pelas rádios comunitárias; inclusão digital; ações sociais integradas, principalmente entre os Ministérios das Comunicações, Cultura e Desenvolvimento Agrário.

O coordenador das regionais da Abraço Nacional e coordenador geral da Abraço-PB, Moreira Silva, o evento constatou o importante papel das emissoras comunitárias e seus projetos apoiados pela Fundação Banco do Brasil. “No gráfico e cronogramas da fundação, a Abraço se destaca como parceira indispensável, pela capacidade de diálogo direto com a comunidade”, relata Moreira. O coordenador também aproveitou o grande encontro, para convidar os comunicadores a fazerem uma mídia do bem. “Que saiam do sensacionalismo e dediquem seus serviços para a sociedade. Caso contrário, estarão praticando um desserviço”, protestou.

Para o coordenador da Abraço-MA, Adilson Souza, o encontro mostrou que a Abraço está crescendo junto com as maiores instituições do país. “A presença da Abraço nesse evento foi marcante para coloca-la em um patamar de organização dentro do cenário jornalístico nacional”, destacou Adilson.

Bruno Caetano
Da Redação

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Rádios comunitárias discutem questões jurídicas e legais


Seminário Jurídico, promovido pela Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço Ceará) com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil secção Ceará (OAB Ceará), realizado na última sexta-feira, 18, no Auditório desta Entidade, reuniu comunicadores de rádios, jornais, sites e tvs comunitárias de Fortaleza e interior do Ceará.
 
Diversos comunicadores de veículos de comunicação comunitária e livre aproveitaram a oportunidade para tirar suas dúvidas em relação ao novo decreto, prestes a ser publicado pelo Governo Federal, que dispõe sobre o apoio cultural às rádios comunitárias. De acordo com o advogado Afonso Paulo Albuquerque, presidente da subcomissão de telecomunicações e radiodifusão da Comissão de Direito Administrativa da OAB-CE, o Decreto possui alguns pontos positivos e outros aspectos negativos. “Um dos pontos positivos é que os veículos comunitários poderão divulgar, realizar programas com apoio cultural ou colocar inserções de anúncios durante a programação. O que não é permitido é divulgar anúncios que vinculem o serviço ou produtos a preço e prazo”, afirma.

Afonso Paulo, que também é advogado da Abraço Ceará, atenta para outro ponto. “Logo no início da Lei, está escrito: ‘o Ministério das Comunicações poderá outorgar autorizações para a execução do serviço de radiodifusão comunitária a uma ou mais estações localizadas em um mesmo município, desde que garantidas as condições mínimas de convivência entre elas’. Na prática, segundo Paulo, o texto fala da área de contorno protegido e isso pode ser um problema, porque impede o aumento de potência e alcance das rádios comunitárias. “Mas ao mesmo tempo, permite a inclusão de outras emissoras em um mesmo município. Daí, a importância da alternância de canais e que a Abraço Ceará, já está nessa luta junto às filiadas da Entidade”, esclarece.

O advogado, que já foi subprocurador da Anatel no Ceará, ainda explicou porque a Agência não pode fiscalizar a radiodifusão no Estado. “Apesar de pertencer às telecomunicações, as emissoras de rádios e televisão são tratadas em nossa legislação separadas das primeiras”, disse. Como a Anatel é um órgão fiscalizador das telecomunicações não poderia assim atuar na radiodifusão. Ele ainda completou lembrando que mesmo que pudesse fiscalizar radiodifusão a Anatel não tem o poder de polícia, conforme a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1668.

Para o comunicador Jair Freitas, da Rádio João XXIII, o evento foi importante devido às informações que foram repassadas pelo advogado da Abraço Ceará. “Uma dessas boas informações foi saber que as rádios podem receber apoio cultural de grandes empresas, desde que atuem na área em que a Rádio Comunitária está localizada. Isso foi muito bom pra gente saber”, comemora.

Durante todo o evento, os participantes fizeram diversas perguntas e deram várias sugestões para novas ações da Abraço Ceará. Antes dos esclarecimentos do advogado, o coordenador executivo da Abraço Ceará, Ismar Capistrano, explicou que, além das questões legais, as rádios comunitárias precisam conquistar o reconhecimento social. Para isso, precisam atuar na promoção da cidadania, da informação plural e local e da diversidade cultural. O coordenador de organização e mobilização da Abraço Ceará, Sérgio Lira, que mediou a mesa, defendeu a necessidade de articulação das emissoras para as questões jurídicas, sugerindo um próximo seminário sobre as questões eleitorais em julho.

Informações: Abraço – CE

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Rádio comunitária é alvo de denúncias no interior de SC e sensacionalismo chama a atenção em Mari/PB


A Rádio Comunitária de Piratuba (SC) virou alvo de denúncias por irregularidades, após representação aberta no Ministério Público Federal pela prefeitura do município.

De acordo com o denunciante, o prefeito de Piratuba Adélio Spanholi, a administração municipal tem sido alvo de frequentes ataques da emissora comunitária.

A Rádio Comunitária nega as acusações, assim como qualquer favorecimento político da emissora. A diretoria informou que todos os documentos necessários serão encaminhados à Promotoria. O caso também foi registrado na Delegacia de Polícia.

SENSACIONALISMO

“Mulher cozinha pênis do marido”. Esta manchete está no blog da Rádio Comunitária Araçá, da cidade de Mari, na Paraíba. Sensacionalismo em rádio comunitária não é novidade, desde que essas emissoras, a maioria delas, procuram imitar as rádios comerciais, incluindo a concorrência selvagem e os critérios não muito “politicamente corretos” do jornalismo que se pratica nessas estações de rádio. 

Para a jornalista Fabiana Siqueira, não há nenhum mal nesses meios de comunicação apelar para o que se conceitua como sensacionalismo. “A imprensa dá ao povo o que ele gosta de ler, ouvir e ver. Não fosse assim, os jornais chamados sensacionalistas não alcançariam as vendas dos grandes jornais e os programas de rádio e televisão taxados como sensacionalistas não teriam tanta audiência. Se o consumidor dos meios de comunicação não gostasse tanto do que compra, não compraria. A Psicologia explica! É instintivo ao animal racional gostar de ver realizado aquilo que ele mesmo não pode fazer. Quem, uma vez ou outra não pensou em matar o chefe, dormir com a empregada ou vender a alma para ficar rico? Sensacionalismo alimenta o id, oferece ao consciente aquilo que está infiltrado nos espaços mais longínquos do inconsciente”, considera Fabiana Siqueira.


Para o professor João Rosa, “um pouco mais de análise social e psicológica do contexto do tema ajudariam o ouvinte a tomar consciência de sua realidade”, afirma, para em seguida lamentar que os comunicadores, principalmente de veículos populares, não estejam qualificados para assumir esse papel de âncora de um jornalismo que respeite a cidadania, sem apelação barata.


 





terça-feira, 22 de maio de 2012

Trecho de entrevista com militante da Rádio Comunitária Cantareira


Curso de rádio na Associação Cantareira

José Eduardo de Souza, ou Zé Eduardo, como gosta de ser chamado, possui uma série de atividades como jornalista, que vão desde o trabalho de assessoria de imprensa até a luta sindical. Uma delas se destaca: a atuação como educador popular na Rádio Comunitária Cantareira. 

Luciano Maluly:  Quais as prioridades ou as necessidades de uma Rádio
Comunitária?

Zé Eduardo: A rádio comunitária existe em função de uma comunidade, de um lugar específico, geográfico. Ela não é uma rádio, pensando em termos da cidade de São Paulo, de abrangência da cidade, muito menos de uma macrorregião da cidade. Ela se resume a um bairro, uma pequena região. No caso nosso, é a região Brasilândia, que tem hoje aproximadamente duzentos mil habitantes. Então é para essa região que existe
a Rádio Comunitária Cantareira. É claro que nós estamos na Internet. Quem acessar a Internet no www.radiocantareira.org vai ouvir a Rádio Cantareira, na Brasilândia, falando do local e também de outros temas que interessam. 

Então o objetivo fundamental de uma rádio comunitária é servir a uma comunidade, que normalmente
não aparece na mídia comercial. Então a gente não tem vez, não tem voz, nem espaço na mídia comercial, seja mídia impressa, na televisão ou no rádio. Se nós olharmos a periferia da cidade de São Paulo e das grandes cidades, e se nós olharmos, sobretudo a televisão e mesmo o rádio, a gente vai ver que a periferia aparece em situações muito específicas, quais sejam: a violência policial, então dá a impressão de que na periferia só existe a violência e só existem problemas; ou então quando acontece algo muito
inusitado, que não tem como esconder, que pode ser algo muito bom, legal e interessante. 

Então é dessa forma que aparece a periferia. Mas, na periferia, não acontece só violência, não acontecem só situações de morte e situações de abandono, de esgoto a céu aberto. Tem atuação interessante, muito movimento cultural. Existem jovens e outros grupos fazendo música, teatro e cinema na periferia. Grupos cuidam de crianças, para que não caiam no mundo da violência e das drogas. Há famílias e trabalhadores envolvidos em solidariedade com os vizinhos. Muita gente cuida de idosos e de crianças doentes.

 Essas coisas não aparecem na mídia, até porque não é de interesse mostrar que na periferia há vida inteligente. A rádio comunitária tem como prioridade despertar e mostrar essa ação que acontece na periferia, as ações de lutas em defesa da vida, em defesa de uma melhor qualidade de vida, mas também despertar para participar. Despertar para que as pessoas possam engrossar mais esse caldo cultural,social, da luta por melhores condições de vida, do rap, do hip hop, do samba, do forró, das músicas que aparecem na periferia, que determinam a prioridade da Rádio
Comunitária.

Leia a entrevista completa:

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Professor Ed Wilson lança livro sobre rádios comunitárias em Imperatriz


 http://www.abraconacional.org/wp-content/uploads/2012/05/capa-do-livro-ed-wilson.jpg?cda6c1

 O professor do Curso de Comunicação da UFMA, Ed Wilson Ferreira Araújo, realiza terça-feira 22/05, em Imperatriz, o lançamento do livro “Rádios Comunitárias no Maranhão: história, avanços e contradições na luta pela democratização da comunicação”. O evento será às 17h, no campus II (Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnológicas – CCSST).

A obra é fruto da dissertação de Ed Wilson Araujo no mestrado em Educação (UFMA), concluído em 2004, e contemplada no plano editorial do Centro de Ciências Sociais (CCSo), juntamente com produções acadêmicas de professores em diversas áreas.

O livro reúne relatos da organização do movimento de rádios comunitárias, desde 1996, quando iniciaram as primeiras articulações que posteriormente levaram à criação da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) no Maranhão.

O trabalho disponibiliza informações sobre os primeiros passos da organização das emissoras no Maranhão (1996), registra o congresso de fundação da Abraço, em Caxias (1998), as batalhas pela legalização das emissoras e o enfrentamento da repressão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Polícia Federal em várias regiões do Maranhão.

O autor discorreu sobre as convergências entre mídia e hegemonia, com base no filósofo italiano Antonio Gramsci, procurando entender o papel das rádios comunitárias no contexto das lutas pela democratização da Comunicação no Brasil e as especificidades do Maranhão. Conceitos articulados de mídia, Estado, mercado, hegemonia, movimento social e sociedade civil percorrem os caminhos teóricos do livro.

Trajetória
Ed Wilson Araújo é um dos fundadores da Abraço no Maranhão, onde atuou como diretor de Formação, coordenando o programa de capacitação dos comunicadores populares através de oficinas e cursos em diversas regiões do estado. “O livro é fruto do contato com os ativistas das rádios comunitárias em dezenas de municípios onde eu ministrei oficinas e cursos de capacitação. Tudo começou na prática. Depois veio a teoria”, explica o autor.

A obra aborda também das contradições e desvios no curso do movimento de rádios comunitárias, registrando o perfil das emissoras e a grade de programação, onde o pesquisador verificou a prática de proselitismo político e religioso em sucessivas emissoras.

“O livro é apenas uma tentativa de sistematização do trabalho de centenas de comunicadores populares espalhados pelo Maranhão, que perceberam nas rádios comunitárias uma possibilidade de alternativa midiática no cenário de concentração dos meios eletrônicos de comunicação”, enfatiza Araújo.

Região Sul
O lançamento do livro em Imperatriz ocorre no momento de reorganização da Abraço na região Tocantina, onde a entidade é representada por Vanúsia Gonçalves (rádio Arca, de Açailândia) e Antonia Meneses (rádio Brejão , de São Francisco do Brejão). Em Imperatriz, Ed Wilson foi professor do Curso de Jornalismo da UFMA, de 2007 a 2009.

Na região sul do Maranhão, a rádio Primavera, de Riachão, coordenada pelo comunicador Manga Rosa, é uma das emissoras citadas no livro.

O livro tem apresentação da professora doutora Cicília Peruzzo, de São Paulo, autora consagrada na área de comunicação e movimentos populares. O prefácio é do professor doutor Carlos Agostinho Couto, pesquisador do Departamento de Comunicação da UFMA e autor do livro “Mídia, estado e oligarquia”

Sobre o autor
Ed Wilson Ferreira Araújo é graduado em Comunicação/Jornalismo e mestre em Educação, ambos pela UFMA. Foi professor da Faculdade São Luís e do curso de Comunicação/Jornalismo na UFMA, em Imperatriz. Atualmente é docente no Departamento de Comunicação / Rádio e TV do campus de São Luís.

Atuou por mais de 10 anos em Assessoria de Comunicação dos movimentos sociais, especialmente em sindicatos. Paralelamente, produziu artigos e reportagens para diversos jornais de São Luís. Mantém ainda um blogue sobre política e cultura: blogdoedwilson.blogspot.com.

domingo, 20 de maio de 2012

RADIOJORNALISMO COMUNITÁRIO

Antonio Radical defende pólos de cultura nos bairros de João Pessoa

Nesta edição continuamos com a série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito da cidade de João Pessoa, entrevistando nesse programa o professor Antonio Ferreira Radical, do PSTU. Na sessão MPPQ, a música da Nação Maracahyba (foto), um dos primeiros maracatus de baque virado da Paraíba. O programa conversou com o idealizador do grupo, Luciano Oliveira. Tem ainda notícia para as comunidades rurais sobre a produção de mudas de abacaxizeiro, numa matéria com o pesquisador da Embrapa Davi Junghans.


O Alô Comunidade! é uma realização da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, emissora da Sociedade Cultural Posse Nova República, em parceria com o Coletivo de Jornalistas Novos Rumos e com a Rádio Tabajara da Paraíba. Apresentação e produção de Dalmo Oliveira. Locução de apoio de Marcos Veloso. Apoio de estúdio de Damara Oliveira. Sonoplastia de Luciano Júnior.

Escute o programa clicando no link:
 


sábado, 19 de maio de 2012

Rádio Comunitária Zumbi vai radicalizar neste sábado (19)



O entrevistado do programa Alô Comunidade! neste sábado (19) é Antonio Radical, pré-candidato a prefeito de João Pessoa pelo PSTU, um rapaz que, conforme diz o próprio nome, radicaliza geral.
Antonio Radical está há 25 anos na luta dos trabalhadores. Participou das grandes mobilizações em João Pessoa, lutando por transporte público de qualidade, educação e saúde. Entre suas bandeiras, destaque para a estatização das empresas de transporte público e implantação do passe livre para estudantes e desempregados.
O que pensa Antonio Radical das rádios livres e comunitárias?
Escute hoje pelas ondas da Rádio Tabajara da Paraíba AM (1.110) ou em tempo real pelo link:
Logo após, a edição do Alô comunidade! será disponibilizada pelos blogs:
 O “Alô Comunidade” é produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e transmitido pela Rádio Tabajara (1.110 AM), reproduzido por sete rádios comunitárias e diversos blogs e sites.
O programa vai ao ar todos os sábados às 14h, com apresentação e produção de Dalmo Oliveira, Fábio Mozart e Adriana Felizardo, reportagem de Fabiana Veloso e Marcos Veloso.  

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Rádios comunitárias exercitam solidariedade na Paraíba


As rádios comunitárias, de baixa potência e reduzido alcance, podem representar uma alternativa de qualidade e participação popular na comunicação. Podem transmitir outras versões dos fatos, comunicar eventos de interesse local que não aparecem nos grandes meios, constituir canais de informações, direito fundamental para o exercício, conquista e manutenção de outros direitos. Entretanto, as comunitárias autênticas muitas vezes não conseguem concessão do Ministério das Comunicações. Funcionam sem ela e, então, são perseguidas e fechadas.

Raramente uma comunitária autêntica, que vem do meio popular, da sociedade organizada, consegue sua outorga. Uma delas é a Rádio Comunitária Guruji, localizada no município do Conde, Paraíba, que recentemente teve seu processo de outorga aprovado, aguardando licença para operar. Constituída por pessoas de situação social menos favorecida, a rádio busca parcerias para concretizar o projeto. Falta tudo: equipamentos, pessoal capacitado e estrutura mínima para operar. Mas o pessoal não desanima, consciente da importância da rádio comunitária para a cidadania dos que nela participam e o desenvolvimento local.

A Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, de João Pessoa, está propondo termo de cooperação entre as duas emissoras para desenvolver, elaborar e prover apoio técnico aos programas e projetos a serem definidos pelo Conselho Comunitário da Rádio Guruji, a ser implantada. Inicialmente, a Zumbi emprestará transmissor, gerador de estéreo, antena e outros equipamentos básicos para o funcionamento da rádio. “Vamos disponibilizar dados e informações técnicas necessárias à implementação da nossa coirmã, visando o fortalecimento deste projeto de comunicação que é realmente comunitário”, afirmou Fabiana Veloso, da Rádio Zumbi.

No próximo domingo, 20 de maio, uma equipe da Rádio Zumbi composta por Dalmo Oliveira, Fabiana Veloso, Gilberto Bastos, Roberto Palhano (foto), Fábio Mozart e Ronaldo Eli estarão no Guruji para participar de um dia todo de contato e  diálogo com o pessoal. “Vamos prestar o apoio necessário para que os companheiros levantem vôo, prestando o apoio necessário”, disse Roberto Palhano, diretor de operações da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Senado analisa projeto que prevê financiamento para rádios comunitárias

Substitutivo do projeto de lei que prevê financiamento do BNDES a rádios comunitárias será analisado amanhã (16) pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática (CCT) em decisão terminativa ou seja, com valor de uma decisão do Senado.

No texto original, o Projeto de Lei 556/07, de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), previa financiamento do BNDES para a digitalização das operações das emissoras comunitárias. No entanto, em 2010, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou relatório da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) pela rejeição do projeto. A Comissão entendeu que o sistema brasileiro de rádio digital ainda não era definido em lei, o que impediria a destinação de recursos para esse fim.

No substitutivo, o relator da proposta, senador Walter Pinheiro, trocou o termo “digitalização” por “modernização”. Assim, o novo texto prevê que os recursos do BNDES possam ser utilizados para a modernização das emissoras, sem vincular o benefício previsto à migração para o sistema digital.

O coordenador da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Jerry Oliveira, acredita que o financiamento é fundamental para a sobrevivência das rádios. “Para modernizar a radiodifusão comunitária precisa ter financiamento público. A Abraço defende que o governo crie uma agência de fomento para viabilizar o funcionamento das emissoras”, afirma. De acordo com ele, a radiodifusão comunitária ajuda no desenvolvimento local. “Por isso, precisa ter garantida a sua sustentabilidade.”

A Lei 9.612/98, que regulamenta o funcionamento das rádios comunitárias, proíbe a veiculação de anúncio e permite patrocínio, apenas se for de estabelecimentos comerciais localizados na área onde estão instaladas as emissoras.

Se aprovado o substitutivo de Walter Pinheiro, a matéria será submetida a turno suplementar de votação, uma espécie de segunda votação, na reunião seguinte da CCT.

Informações: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Assembléia da Abraço cobra imediata publicação do novo decreto normativo das rádios comunitárias


A partir de negociações com o Governo Federal, a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) construiu um acordo que deverá melhorar as condições das emissoras comunitárias. O mesmo deverá ser aplicado em três etapas: um decreto específico, outro mais amplo e uma reforma da legislação no Congresso. A primeira etapa deveria ter sido concretiza até o final de março com a publicação do decreto que prevê avanços para apoio cultural podendo divulgar produtos e serviços e publicidade governamental.

Por isso, a Abraço aprovou em sua Assembleia do dia 7 de maio, em Brasília, a reivindicação da imediata publicação deste decreto e conclama o início das negociações de um decreto mais amplo que garanta a alternância de canais para evitar a sobreposição de frequências comunitárias. O coordenador executivo da Abraço Ceará, Ismar Capistrano, e o coordenador de organização e mobilização, Sérgio Lira, participaram do evento.

A Assembleia decidiu também por realizar um Encontro das Abraço’s do Nordeste em Salvador nos dia 8 e 9 de agosto. “É um importante momento de nossa organização enquanto uma das regiões que mais possuem emissoras comunitárias”, avaliou Sérgio Lira. Em seguida será promovido o 2º Seminário de Formação da Abraço Nacional nos dias 10 e 11 de agosto também na capital baiana. “Na oportunidade construiremos um plano nacional de formação de nossos radialistas, dirigentes, lideranças”, explica Ismar Capistrano.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Professor e ativista de rádios comunitárias faz doutorado na Argentina



Wolhfagon Costa (foto), fundador da Rádio Comunitária Solânea FM e professor do Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba, vai defender tese em curso de Pós-Graduação em nível de Doutorado na Universidad Nacional Cuyo-Mendonza, na Argentina, com pesquisa na área de financiamento da educação básica, no dia 30 de maio.

Costa é coordenador da Rádio Comunitária Solânea FM, da cidade de Solânea, no brejo da Paraíba. A emissora se destaca pelo uso sistemático da tecnologia da informática, com oficinas e difusão de sofware livre. Wolhfagon foi criador de um portal na internet abastecido por 21 rádios comunitárias que se unem para produzir conteúdos em áudios sobre seus municípios - a Central de Notícias Comunitárias (Podcom).  Na Rádio Solânea, a sinergia entre rádio e tecnologia da informação não é nova. “Como são poucos terminais, usamos a rádio para dar as aulas teóricas do curso de informática (com software livre), e, depois, os alunos vão aos computadores para os exercícios práticos”, explica Wolfhagon.

O blog da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares cumprimenta o companheiro Wolhfagon Costa, desejando sucesso na sua empreitada na Argentina.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Comunidades defendem intervenção em rádios comunitárias


Ingá, na Paraíba.

Em muitas rádios comunitárias, os diretores agridem o estatuto ou usam de estratégias para a perpetuação na direção das emissoras, usando-as como trampolim político e até mesmo como meio de sobrevivência para um grupo isolado, sem atender ao que determinam os objetivos reais de uma estação de rádio de controle público. Várias ações na Justiça correm para que se faça valer os princípios do verdadeiro rádio popular e democrático.

Na cidade de Caputira, Minas Gerais, os diretores da Rádio Comunitária Alerta FM são acusados de graves irregularidades, entre elas a veiculação de uma programação inadequada e até mesmo desfalques no setor financeiro. Uma comissão de sócios da emissora está reorganizando a programação e instaurando auditoria interna, depois do afastamento da diretoria.

A Rádio Comunitária Alerta pertence ao empresário de bandas Jairinho, ex-prefeito da cidade, que utiliza a emissora para proselitismo político e para divulgar suas bandas e cantores sertanejos, segundo informações obtidas em blogs da cidade.

Em Ingá, no agreste da Paraíba, a Rádio Comunitária Ingá FM também está sendo questionada. O blogueiro Vavá da Luz afirmou que “a rádio comunitária de Ingá tem uma direção suspeita, por tratar-se de pessoas de um mesmo partido político e por seu Presidente ser político, aliás ex-presidente pois as eleições para a presidência já se venceram, portanto hoje, a rádio se encontra sem Presidente, nada mais vulnerável”.

O caráter comunitário é fundamental. Entidades existentes na localidade - sindicatos, associações, instituições religiosas - e pessoas físicas têm o direito de intervir na rádio comunitária e exigir participação, conforme estabelecem as normas votadas no Conselho Comunitário. Muitas emissoras que operam como comunitárias, na verdade não passam de rádios comerciais disfarçadas.