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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rádio comunitária beneficia a população, diz comunicador do Paraná


Comunicador da Nova Geração FM


A avaliação é feita pelo comunicador comunitário Odemir Marques Brióla, que está à frente da rádio Nova Geração FM, de Jataizinho, na região de Londrina. Ele fundou a entidade que mantém a emissora nove anos atrás e se tornou referência para todo o estado.

Hoje o que falta para driblar a grande mídia, aquela atrela ao capital e à elite econômica, possivelmente, seja os meios alternativos de comunicação. A idéia, aqui é expor novas mídias, mas buscar a compreensão de como é o dia-dia das mídias que abordam assuntos mais direcionados à comunidade com preocupação ética e isenção. As emissoras comunitárias, com coordenação da própria comunidade, podem oferecer à sociedade, alternativas inteligentes de se construir uma sociedade mais justa e consciente.

Como exemplo de um projeto bem sucedido neste segmento, um dos nomes mais
respeitados em rádio comunitária do norte do Paraná e do estado: Odemir Marques Brióla, que está à frente da rádio Nova Geração FM, de Jataizinho, na região de Londrina. Brióla implantou a Associação Cultural e Artística de Jataizinho em 1996, da qual nasceu a rádio Nova Geração FM, dois anos mais tarde. Já se vão nove anos dedicados à comunicação comunitária e a Nova Geração se tornou uma das primeiras rádios do Paraná a possuir concessão de funcionamento. Desde então a rádio Nova Geração serve de modelo para todas as rádios comunitárias do Paraná.

Odemir Marques Brióla recebeu a reportagem do jornal ComTexto para uma entrevista exclusiva. Confira os principais trechos.

O que chamou a sua atenção para defender a idéia de rádio comunitária?

Primeiramente, não fiz por interesses financeiros e nem por auto-promoção. Sempre tive vontade de levar à sociedade novas idéias, até porque desde então, a cidade não dispunha de um canal de mídia ou de um meio para veicular fatos que dizem respeito a seus moradores. Também dediquei todos os meus esforços, devido à grande importância que abrange um meio de comunicação para sua sociedade. Quando começamos a operar oficialmente [a partir da concessão de funcionamento] acordava todos os dias às 5h da manhã, para que minha comunidade pudesse ter uma programação fiel ao dia-a-dia de cada cidadão, que acorda bem de manhã para ir trabalhar e quer ouvir informações sobre sua cidade.


Qual a solução, para pelo menos, diminuir a falta de recursos financeiros, que hoje é a grande vilã das rádios comunitárias?

Como vivemos em um sistema capitalista, não podemos deixar de fora, a idéia de ter dinheiro envolvido nas rádios comunitárias. Não por via de lucro, mas sim para atender à demanda que há por traz de uma emissora. Portanto, creio que os governos tanto estadual, quanto federal, poderiam estar veiculando seus informativos no meio que, sem sombra de dúvidas, atinge grande parcela da sociedade brasileira, ou seja, os pobres que são o nosso principal público. Com isso, creio que, primeiro, o governo deixaria de investir gastos desnecessários com veículos que muitas vezes cobram valores exorbitantes; segundo, fazendo isso eles [os governos] poderiam estar repassando verbas a essas rádios que, conseqüentemente, iam dispor de material mais adequado ao funcionamento e de uma programação mais elaborada.

Fonte: Jornal Contexto, n. 67, Universidade do Norte do Paraná