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terça-feira, 28 de maio de 2013

DIGITALIZAÇÃO E RÁDIO COMUNITÁRIA



“Os espaços públicos que existem para discutir o futuro do rádio devem ser melhor aproveitados”

No dia 29 de abril aconteceu uma audiência pública a respeito do Rádio Digital e da Radiodifusão Comunitária em Florianópolis – SC. Convocado pelo Movimento Nacional de Rádios Comunitárias (MNRC) o evento contou com a presença de integrantes do Ministério de Comunicações (MiniCom), da Academia e representantes dos dois padrões tecnológicos que concorrem para ser eleito o futuro sistema de rádio digital brasileiro. Além de uma gravação do evento acessível online e da publicação do relatório da audiência, de longe foi difícil captar o debate que aconteceu. No texto não são citados claramente os participantes da audiência e prevalece um tom pessimista sobre a utilidade da digitalização para a radiodifusão comunitária e a democratização da comunicação. O relatório conclui que “da forma como está se processando a digitalização, ela se constitui num meio excludente de participação popular na comunicação, quer pelos altos custos dos equipamentos, quer pelas limitações de irradiação do sinal.”

Mas são realmente incompatíveis a defesa da radiodifusão comunitária analógica e uma crítica do uso monopolista das frequências com a curiosidade de exploração de novas formas digitais de fazer rádio para o bem das comunidades?

Não acha isso Rafael Diniz, que participou na Audiência Pública em SC, promovendo o uso do padrão Digital Radio Mondiale (DRM) para fazer rádio digitalmente no Brasil. Partindo da sua militância como radialista livre e uma carreira de cientista da computação, Rafael assumiu a presidência da plataforma multi-setorial DRM Brasil em 2012 porque acha que essa tecnologia será a base para criar um sistema de radiodifusão digital participativo que possibilitará uma grande diversidade de emissoras e uma comunicação cada vez mais interativa. Pessoalmente ele faz parte da equipe de trabalho do laboratório Telemídia do Departamento de Informática na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde foi desenvolvido e segue sendo aperfeiçoado o middleware GINGA (padrão de interatividade da TV Digital brasileira, um sistema de apresentação multimídia que permite a interatividade na TV e rádio digitais), que poderia ter um papel importante para permitir uma interação dos ouvintes na futura radiodifusão digital. E essa, nos diz Rafael, fica também ao alcance das rádios comunitárias.

Numa entrevista para a AMARC Brasil, Rafael relata suas impressões da Audiência Pública em SC, fala dos novos testes previstos com DRM em rádios públicas e comunitárias, reflete sobre o futuro interativo do rádio e explica quais serão as pautas importantes para explorar ou fazer rádio digital nas emissoras comunitárias.