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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

CONTINENTAL - A rádio subversiva de Roberto Marinho

Detalhe de documento arquivado pelo SNI sobre a Rádio Continental

O jornalista gaúcho Lúcio Haeser conta em seu livro a história de uma rádio que botou Porto Alegre pra ferver nos anos 70. A Rádio Continental, a 1120, fez a trilha sonora de centenas de milhares de jovens gaúchos durante os anos de chumbo da ditadura militar. De 1971 a 1980, a Rádio Continental ousou afrontar o governo, sofreu punições, mas ganhou a simpatia e a cumplicidade de uma geração. 

Os noticiários tinham a audácia de tratar os generais Médici, Geisel e Figueiredo com ironia e deboche. Nas entrelinhas, é claro, porque a ação da censura era implacável. Mas o público, formado principalmente por universitários, entendia o recado. Tudo isto em uma rádio que integrava o Sistema Globo de Rádio, de Roberto Marinho.

Sim, Roberto Marinho teve uma rádio subversiva durante toda a década de 70, auge da ditadura. Não estranhe. Nem mesmo o todo-poderoso dono das organizações Globo soube. Uma rádio que debochava dos militares e falava mal de todas as ditaduras possíveis. Uma emissora que recebia cartas ameaçadoras do Movimento Anti-Comunista (MAC) e cujos diretores e jornalistas viviam na Polícia Federal dando explicações sobre os noticiários.

A pesquisa resultou no livro-reportagem “Na Porto Alegre da Continental – A rádio subversiva de Roberto Marinho”, encartado um CD com as gravações da rádio.