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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Rádio Comunitária Araçá de Mari/PB passa a transmitir “Alô comunidade” a partir deste domingo, 4 de maio

 
Ricardo Alves (sem chapéu) é o programador da Rádio Araçá
A Rádio Comunitária Araçá, da cidade de Mari, Paraíba, é a mais nova emissora a fazer parte da cadeia de rádios e blogs que retransmitem o programa “Alô comunidade”, produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares em parceria com a Rádio Tabajara da Paraíba AM.

O Coordenador Geral da Rádio Araçá, Severino Ramos, comunicou que o programa será inserido na grade de programação aos domingos, de 15 às 16 horas. A Rádio Araçá também está na internet, no endereço eletrônico http://www.aracafm.com/

“Alô comunidade” é um projeto de comunicação popular que tem apoio do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, de Itabaiana, Coletivo de Jornalistas Novos Rumos e Sociedade Cultural Posse Nova República. O programa vai ao ar, em tempo real, todos os sábados a partir das 14 horas pela Rádio Tabajara da Paraíba AM – 1.110 Khz.

O programador da Rádio Comunitária Araçá, radialista Ricardo Alves, disse que se trata de um ótimo projeto de divulgação das lutas e avanços da radiodifusão comunitária na Paraíba e no Brasil, por ser o programa o único temático sobre radcom a ser veiculado por uma rádio oficial e retransmitido por mais de dez rádios comunitárias, além de sites e blogs para o mundo inteiro. 

terça-feira, 29 de abril de 2014

REFLETINDO SOBRE O PAPEL E FUNÇÃO SOCIAL DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS

Por José Eduardo Souza*
zeeduardusouza@gmail.com
Tenho refletido muito sobre nosso papel de comunicadores, sobre o papel da rádio comunitária, em especial nossa Rádio Comunitária Cantareira. Estamos no início do século 21, caminhando para metade da segunda década e a cada dia que passa o capitalismo neoliberal aprofunda ao extremo o individualismo e ainda a massificação e coisificação das pessoas, destruindo valores, culturas, laços familiares e, consequentemente, o senso de humanidade. Daí que vivenciamos tanta criminalidade, a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, e a marginalização dos movimentos culturais.
Ora, essa realidade não é por acaso, muito menos obra do destino ou vontade de alguma divindade, para aqueles que acreditam em Deus. Essa situação ocorre por vontade de homens, grupos sociais minoritários que precisam se manter no poder e, para tanto, buscam destruir o que de mais precioso tem o ser humano, a capacidade de pensar, de refletir.
logo_cantareira_fm
Nesse quadro, tudo passa a ser observado pela elite dominante e seus arautos da chamada grande imprensa, não com a profundidade necessária para se descobrir as causas dos problemas sociais, mas a partir do chamado ‘senso comum’, condenando a todos que lutam e acreditam num mundo melhor. Falo aqui da criminalização dos movimentos sociais organizados, que lutam para manterem-se mobilizados e que são vítimas de uma longa história de perseguição, julgamentos, condenações, sem a possibilidade de defesa.
Do ponto de vista cultural, o desastre é ainda maior. Vê-se hoje um tsunami de pseudoartistas, de ‘pseudas-manifestações’, que chamam de cultura, mas que não passam de engodo, de enganação para iludir, massificar e desviar a atenção das pessoas para o supérfluo, para a instantaneidade das coisas sem raízes, sem conteúdo, sem forma, sem cheiro e cor.
Fizeram isso com todas as manifestações culturais pasteurizando-as como convém à indústria cultural, como ocorreu, por exemplo, com o samba, a música sertaneja e o forró, a ponto de, para sobreviverem e manterem suas identidades, passarem a se autodenominar “samba raiz”, “sertanejo raiz”, “forró pé de serra”.
Fico me perguntando qual o papel de uma rádio comunitária nesse contexto? O que devem fazer os comunicadores de uma rádio comunitária?
Penso que nosso papel é muito importante e fundamental, principalmente por atuarmos onde estamos instalados. Temos que atuar como provocadores dos saberes quase apagados do meio do povo, como descobridores das manifestações puras de sua cultura, para ajudá-los a se apropriarem novamente dessa cultura. Para reaverem o que lhes foi roubado, mascarado. Nosso papel é mostrar aos mais novos nossas raízes culturais, também despertar o respeito e a reverência aos antepassados, que garantiram ao longo da história a sobrevivência dessa cultura.
Nesse sentido, alguém pode dizer, mas é preciso tocar certo tipo de música ‘porque o povo gosta’, ‘o povo pede’, ‘o povo quer’. Será mesmo que o povo quer? Será que povo não se acostumou com as porcarias que são apresentadas na televisão e nas rádios comerciais? Como podemos dizer que o povo quer esse tipo de música se não lhes foi dada a possibilidade de escolher, não foi apresentada outra opção?
Considero que temos uma missão fundamental nesse contexto, a de contribuir para que o povo se reaproprie de sua cultura.
Artistas regionais em entrevista na Comunitária Cantareira FM
Artistas regionais em entrevista na Comunitária Cantareira FM
Então, nosso papel, não é pura e simplesmente de nos recusarmos a tocar as músicas que tocam nas rádios e TVs comerciais, às quais classifico como produto da indústria cultural, mesmo as feitas por gente da periferia, que assim se portam, seduzidos pelo dinheiro e sucesso, mas com absoluta falta de consciência política, cultural e de cidadania. Quanto a esses, nosso papel é mostrar que o que reproduzem e divulgam não é seu, não fazem parte das suas origens culturais, da sua vida, da sua realidade. Que, pelo contrário, são estimulados exatamente para destruir seus valores, suas crenças e especialmente sua capacidade de pensar, de raciocinar. Nesse caso, sim, vale a pena se recusar a tocar a não dar espaço para o que pretende destruir a cultura popular genuína.
Lembro-me aqui de nossa querida comunicadora Roze Santos, que ao fazer propaganda de nossa rádio Comunitária Cantareira para seus vizinhos, diz: ‘ouça nossa rádio, lá toca as músicas que não tocam nas outras rádios’. Agora é preciso ir além, ou seja, ajudar o povo a perceber a enrolação a que são submetidos pela magia e pelo glamour dos meios de comunicação de interesse comercial e alienador.
Para garantir ao povo apropriação da sua cultura, penso que nosso papel de comunicadores vai além, quer dizer que somos e devemos agir como comunicadores educadores, isto é, precisamos fazer um processo de reeducação musical, primeiro de nós mesmos, para aprendermos a identificar o que vem da indústria cultural e que, portanto, não serve e o que é, de fato, manifestação da cultura de raiz, da cultura popular de verdade. Esse é o grande desafio, pois não podemos repetir as mesmices ou simplesmente imitar o que fazem os comunicadores das rádios comerciais.
O desafio está colocado.

*José Eduardo Souza (Zé Eduardo) é jornalista e radialista, membro fundador da Rádio Comunitária Cantareira, faz parte da equipe dos programas Brasilândia Encanta, Comunidade em Foco e é produtor e apresentador do programa Samba na Brasa. É também dirigente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.

domingo, 27 de abril de 2014

Alo Comunidade - Edição 145

 



Nesta edição entrevista com a soprano e professora de canto Maria Juliana. Produção e apresentação de Dalmo Oliveira. Locução de Beto Palhano. Participação especial de João Teotônio. Sonoplastia de Maurício Mesquita.

CARTA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E SIMPATIZANTES PARA A NOVA MINISTRA DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Caríssima senhora Ideli Salvatti


            Compreendemos a importância da candidatura da Sra Maria do Rosário para o pleito que se segue e agradecemos seu empenho para seguir seu trabalho em outras searas, garantindo a execução dos fundamentos da carta de Direitos Humanos, mas em nome da garantia desses mesmos direitos, devemos considerar algumas questões.
            O Grupo de trabalho constituído para fazer frente à violência contra comunicadores cumpriu seu papel com louvores, observando a mais absoluta preocupação com a integridade dos comunicadores e seus meios. Esse grupo de trabalho, em princípio restrito, ampliou sua leitura para “comunicadores”, respondeu à clara necessidade de informação da população, abraçando a gama de comunicadores que hoje presta serviços às nossas comunidades. Reunimos para discussão destes comunicadores que usam a internet como meio, passando pelas rádios comunitárias, os trabalhadores dos meios de comunicação, radialistas e jornalistas bem como todos os órgãos de governo envolvidos com as questões de comunicação, sejam do executivo, legislativo ou judiciário.
                        Com certeza, ainda falta muito a caminhar, mas as conclusões desse grupo tão múltiplo são passos largos na direção dos acertos, que nos colocarão frente a frente com a democratização da comunicação, tão ansiada pela maioria da sociedade brasileira.
            Senhora, uma das decisões que a nós é muito cara, foi à instituição pelo Governo Brasileiro do “Observatório dos Comunicadores” em conjunto com a ONU, que centralizará todas as denúncias de violência cometida contra comunicadores. Entendemos que essa ação do Governo Brasileiro, por si só, já garantirá integridade física de muitos comunicadores.
            Também foi compromisso desse grupo, em conjunto com o Conselho de Direitos Humanos, a continuidade dos trabalhos num GT específico sobre Rádios Comunitárias, dado o volume e gravidade dos casos denunciados que chegaram ao GT, Violência Contra Comunicadores.
            Compreendemos as dificuldades advindas dessa nova missão e o quando aumentou o volume de trabalho, mas sabemos de sua competência pra enfrentá-la, por isso esperamos que essas providências sejam tomadas num curto espaço de tempo, à medida que a demora torna mais grave a situação dos comunicadores que continuam expostos a violência e repressão.

Aguardando sua pronta resposta de nossas necessidades, mormente na criação e instalação dessas duas principais frentes de trabalho.

Blumenau, 20 de abril de 2014

Abaixo assinamos

Movimento Nacional de Rádios Comunitárias – MNRC


sábado, 26 de abril de 2014

TCE-GO dá parecer favorável ao apoio cultural para rádios comunitárias do Estado




O Tribunal de Contas do Estado de Goiás decidiu que as emissoras de radiodifusão comunitária da região poderão obter recursos do poder público, como forma de apoio cultural, perante algumas condições sancionadas pelo Acórdão N° 856/2014. O pedido das emissoras obedece os critérios do Artigo 37 da Constituição Federal, que permite que as associações ou rádios comunitárias, tenham o apoio sem precisar participar de certames licitatórios.

Dessa maneira, opinando pela possibilidade da concessão de recursos, o órgão oficializou as seguintes condições para as emissoras:

1 – Autorização pela União da exploração do serviço de radiodifusão por parte da rádio comunitária e preenchimento das exigências  impostas pela Lei n° 9.612/98.

2 – Existência de Lei autorizativa específica, de acordo com o artigo 26 da Lei Complementar n° 101/2000.

3 – Ter sido a Rádio Comunitária (fundação/associação) legalmente instituída e devidamente registrada (artigo 7°da Lei n° 9.612/98).

4 – Existência de Previsão Orçamentária (LDO e LOA) do concedente.

5 – Atendimento das condições estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a saber: entidades privadas sem fins lucrativos com título de utilidade pública no âmbito estadual, cujas as atividades sejam de natureza continuada e que atuem nas áreas de assistência social (filantrópica e comunitária), saúde, educação, cultura, esporte amador, turismo e apoio à  indústria, comercio ou agronegócio.

6 – Demonstração do interesse público e devida observância aos princípios plasmados no artigo 37, caput e 1° da Constituição Federal , que orientam a Atuação da Administração Pública .

7 – Formalização da transferência por convênio , com a devida prestação de contas pela entidade ao órgão concedente, bem como ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás, na forma estabelecida em regulamento específico , haja vista se tratar verbas estaduais.

8 – Observação das legislações específicas aplicadas ás rádios comunitárias , bem como as aplicadas à administração pública , visto que o desrespeito das mesmas poderá gerar a incidência de sanções aos responsáveis, além do ressarcimento dos possíveis danos causados ao erário.

9 – Inexigiblididade do certame licitatório, caso a subvenção seja dada a toda e qualquer rádio comunitária que se enquadre nos requisitos para receber a subvenção (inexigibilidade de licitação, por inexistir concorrência neste caso).


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Deputado apresenta projeto para democratizar a mídia

Com a deputada Luciana Santos (PCdoB/PE) o deputado Jorge Bittar apresentou projeto de lei (PL 7460/2014)) que visa democratizar a distribuição das verbas públicas de publicidade. Ele destina pelo menos 30% de todas as verbas às micro e pequenas agências de publicidade, bem como às micro e pequenas empresas de mídia, aí incluídas a mídia alternativa, as rádios e TVs comunitárias, as emissoras educativas, as pequenas emissoras de radiodifusão e os pequenos provedores de conteúdo da internet. O PL determina ainda distribuição isonômica dos recursos por todas as regiões do país, com ênfase (30%) no Norte, Nordeste e Centro Oeste. Trata-se de uma contribuição para a democratização das comunicações, hoje extremamente concentrada em alguns grandes grupos de mídia.



quinta-feira, 24 de abril de 2014


O direito à livre manifestação através de rádios de baixa potência é reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, pelo tratado de São José da Costa Rica, os Estandares Para Uma Comunicação Democrática da OEA e a Constituição Brasileira. Em 2002, votei no Partido dos Trabalhadores acreditando que essa luta de classes fosse encampada e assumida. O que se viu foi uma traição. Lula e seus ministros empurraram de goela a dentro das rádios comunitárias uma série de normas a serviço das rádios comerciais que impedem o exercício desse direito. Na verdade verdadeira, o projeto de rádios comunitárias do Partido dos Trabalhadores é um projeto a serviço da livre iniciativa de mercado em detrimento dos preceitos básicos do direito à expressão.

A “companheira” Dilma, além de não cumprir o compromisso assumido desde o primeiro mandato de Lula, mandou seu capitão do mato Paulo Bernardo e a sinhazinha branca Cleise Hofmann para garantir que não sobraria pedra sobre pedra, e que as rádios comunitárias não bateriam a porta de sua Casas Grande, num verdadeiro pesadelo e extermínio das rádios comunitárias, política que segue até hoje, agora fechando não só rádios sem outorga mas também as que possuem o papelinho, (sem falar do exército de 500 fiscais da Anatel, criado exclusivamente para fechar rádios comunitárias no projeto COPA DO MUNDO que fechará tudo o que estiver transmitindo).

Agora, os “companheiros” nos apontam que a deusa presidenta Dilma disse que só irá discutir democratização da comunicação num próximo mandato. Nosso pesar pelos companheiros que foram cooptados, na verdade traíram sua classe e caíram na esparrela dos empresários, arautos do apocalípse que garantem que nós provocamos queda de avião e desemprego em massa. A Argentina já demonstrou na prática que pode sim, conviver um sistema de rádios públicas e comunitárias ao lado do rádio comercial.

Companheiros nossos continuam sendo arrastados de dentro de casa por cometerem o crime de se comunicar, o Ministério das Comunicações se reporta à lei de comunicação da ditadura militar para criminalizar nosso povo e os funcionários públicos ou em função pública, usam retórica não o bom senso para explicar o tal do apoio cultural, que não tem fundamento (é só mais uma ordem da ABERT).

Enfim, é chegada a hora de definirmos com quem podemos contar nesta árdua batalha pela democratização da comunicação, com o necessário enfrentamento, não apenas de ideias, mas de interesses que resguardem a liberdade de expressão e a quebra dos monopólios.  Portanto, vamos à luta, pois esperar não é saber, e o tempo demonstrou que a covardia, ou a compreensão errônea da correlação de forças nos tem imprimido reiteradas derrotas e o comprometimento de nossa própria existência, enquanto meios alternativos de comunicação. 

Ângelo Ignácio
Movimento Nacional de Rádios Comunitárias




terça-feira, 22 de abril de 2014

Policial Federal acusado de truculência contra rádios comunitárias é autor de assassinato de corretor de seguros em Campinas/SP


O agente da Polícia Federal José Fernando Valente foi responsabilizado pelo assassinato de um corretor de seguros em Campinas, São Paulo, na última-quinta feira, 17 de abril, segundo publicou o jornal Correio Popular. O crime se deu após discussão no trânsito, conforme apurou a reportagem.

A matéria

Morreu por volta das 23h30 deste sábado (19) o corretor de imóveis Thiago Rocha, de 40 anos, que foi esfaqueado pelo policial federal José Fernando Valente, de 54 anos, durante uma briga de trânsito no bairro Taquaral, em Campinas, na última quinta-feira (17). Ele estava internado em estado grave no hospital Mário Gatti depois de ter sido foi atingido no abdômen e no braço. 

O policial federal José Fernando Valente preso em flagrante após esfaquear o corretor e levado para a carceragem da Polícia Federal em São Paulo, foi transferido neste sábado (19) para a prisão da superintendência da PF na Capital. 

O crime

Segundo a polícia, os dois se envolveram em um acidente de trânsito leve no cruzamento da Avenida Nossa Senhora Auxiliadora com a Rua Roberto Simonsen, por volta das 14h30, da última quinta (17) e iniciaram uma discussão. Neste momento, Valente sacou uma faca e agrediu Rocha, que foi socorrido pelo Samu. O carro da vítima ficou com marcas de sangue.

Truculência

O policial é figura conhecida dos radialistas comunitários da região pelas atitudes repressivas contra rádios comunitárias, agindo sempre com arrogância e humilhação contra os operadores de radcom, segundo ativistas do movimento de rádios livres e comunitárias. O comportamento do policial, considerado violento e descabido nas ações repressivas contra comunidades pobres que operam rádios comunitárias, foi motivo de denúncias na Corregedoria da PF e no Ministério Público Federal, segundo informa Jerry Oliveira, da Rádio Comunitária Noroeste FM, de Campinas. Se o Ministério Público tivesse ao menos investigado as nossas denúncias, talvez este policial tivesse pensado duas vezes antes de cometer este assassinato cruel e torpe. Pois, ao que parece, nossas denúncias não são investigadas, fortalecendo a impressão de impunidade”, afirmou Oliveira. 

João Pessoa é a única capital do Brasil que possui apenas uma rádio comunitária outorgada

Centro histórico de João Pessoa

A capital do Estado da Paraíba tem cerca de 800 mil pessoas e somente um rádio comunitária. De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira das Rádios Comunitárias no Estado da Paraíba (Abraço/PB), cidades do interior paraibano possuem até quatro rádios comunitárias.  “Desta forma prevalece o monopólio dos meios de comunicações de fins comerciais, que não têm compromisso com a democratização da comunicação cidadã e inclusiva das camadas mais desassistidas da sociedade”, afirmam comunicadores comunitários em documento que foi aprovado por unanimidade ao fim de um seminário realizado em agosto do ano passado e que foi encaminhado à Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil. 

As diversas rádios comunitárias que solicitaram outorga tiveram seus processos arquivados ou protelados. Essas associações sediadas em João Pessoa têm um pedido em comum ao Ministério das Comunicações: que sejam abertas ‘Chamadas Públicas’ destinadas às entidades da sociedade organizada que se dispõem a executar o Serviço de Radiodifusão Comunitária em toda a João Pessoa.


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Porto Alegre tem único jornal totalmente produzido por moradores de rua


Porto Alegre é sede de um projeto inovador que acredita na comunicação como instrumento transformador da sociedade: o jornal “Boca de Rua”. O veículo é o único no país totalmente produzido por pessoas em situação de rua. Fundado em 2001 por apenas três pessoas, conta, atualmente, com cerca de 30 integrantes e circula a cada três meses na cidade.

O webdocumentário “Boca de Rua – Vozes de Uma Gente Invisível”, do diretor e roteirista, Marcelo Andrighetti, é um trabalho resultante do acompanhamento de todo o processo de produção do veículo. Andrighetti, também jornalista, teve contato com o veículo pela primeira vez, em 2011, ao comprá-lo das mãos de um morador de rua.
Filmada em 2013, a produção de 10 minutos tenta mostrar um pouco deste jornalismo consciente, feito de forma independente, e que dialoga com os movimentos sociais.
CONFIRA NO LINK ABAIXO O DOCUMENTÁRIO NA ÍNTEGRA:
SOCIEDADE E A POPULAÇÃO URBANA DE RUA

O “Boca de Rua” tem uma essência contrária à hegemônica dos veículos de comunicação, no sentido de surgir com a proposta de dar visibilidade aos cidadãos esquecidos e até silenciados na sociedade. Os moradores de rua se reúnem semanalmente para organizar a produção do veículo e receber a cota de 35 jornais por integrante.
Depois de produzido, o “Boca de Rua” é comercializado a R$ 1. Os textos, fotos e ilustrações são todos elaborados pelos moradores e o dinheiro arrecadado na comercialização do veículo é totalmente revertido para os participantes do grupo, constituindo uma fonte alternativa de renda.

De acordo com informações fornecidas pela Revista Página 22, a jornalista Rosina Duarte, que fundou a publicação junto Clarinha Clock, afirma que cerca de 135 pessoas já passaram por sua redação e pelo menos 70 saíram das ruas depois da oportunidade de ter um emprego.

PUBLICAÇÕES DE RUA

O jornal é integrante da Rede Internacional de Publicações de Rua (International Network of Street Papers – INSP), entidade com sede na Escócia, que reúne jornais e revistas vendidos por populações em situação de risco de 40 países. Dentro da INSP, é o único veículo produzido pelos próprios vendedores.

Além de ser vendido nas ruas, o jornal detém um site que disponibiliza aos leitores o que não coube na versão impressa. Confira.

FONTE: Catraca Livre


domingo, 20 de abril de 2014

Alô Comunidade - Edição 144

  



Nesta edição entrevistamos o percussionista Luciano Oliveira, do grupo Nação Maracahyba, e o ativista gaúcho, Marcos Dault, da ONG FICAR. Produção de Fábio Mozart e Dalmo Oliveira. Apresentação de Beto Palhano, Fábio Mozart e Dalmo Oliveira. Reportagens de Dalmo Oliveira. Sonoplastia de Maurício José.

Anatel fecha rádio comunitária no sertão da Paraíba

A Rádio Comunitária Princesa do Sertão, localizada no Bairro Vila Mariana, em Patos, foi fechada na manhã desta quinta-feira, dia 17, por determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). A emissora está ligada ao grupo político do ex-prefeito Dinaldo Wanderley.
O fechamento da rádio está sendo questionada pelos seus diretores que denunciam que a ANATEL fechou a emissora sem ao menos dar um comunicado ou mesmo uma advertência sobre as possíveis irregularidades para serem sanadas.
A Rádio Princesa, de acordo com informações, foi notificada e fechada pela ANATEL devido a problemas de localização da sua frequencia de emissão do seu sinal radiofônico.
A rádio vinha fazendo um jornalismo de denúncias, participação popular e críticas a atual gestão da Prefeitura Municipal de Patos. Esses fatores podem ter levado alguns políticos com influência no cenário nacional a denunciar a rádio na ANATEL, em Brasília - DF. Essa é a linha de raciocínio de membros da emissora que alegam perseguição política.
De acordo com Douglas Cesarino, diretor da rádio, o problema será solucionado o mais rápido possível. Ele relatou que fará reajustes e em logo a rádio voltará ao ar. 
"Já estamos tomando as medidas e em breve estaremos no ar novamente. A ANATEL nos deu um prazo", relatou Douglas.


Jozivan Antero – Patosonline.com

sábado, 19 de abril de 2014

Rádio comunitária garante acesso gratuito à internet na Paraíba



A Rádio Comunitária Rainha, de Itabaiana, agreste da Paraíba, é a primeira da região a receber o projeto Junts - Internet Livre na Paraíba” por meio de uma parceria entre a Associação Nacional para Inclusão Digital – ANID e a entidade mantenedora da rádio.
O ponto foi instalado na sede da rádio, no Campo do Náutico, cuja população do bairro poderá utilizar a ferramenta, bastando ligar a opção W-Fi dos seus aparelhos, entrando na opção Junts. A partir daí, o usuário faz o seu cadastro, cria o seu login e sua senha pessoal, estando a internet de boa velocidade disponível 24h para toda população.
De acordo com o presidente Nacional da ANID, Percival Henriques, o projeto pioneiro será ampliado em Itabaiana com o objetivo de incluir digitalmente a população.

Junts

O Projeto “Junts” prevê o envolvimento de prefeituras, órgãos públicos municipais, estaduais e federais bem como participação da iniciativa privada tanto no patrocínio de implantação do projeto como a cessão de seus estabelecimentos na difusão do projeto, mediante ressarcimento de custos de instalação. Na primeira etapa do projeto, a ANID escolherá, através de critérios próprios, cinquenta pontos relevantes entre escolas, praças públicas, e estabelecimentos comerciais de grande fluxo para implantação do “Junts”. O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar deverá se inscrever para receber o projeto nos próximos dias. “O JUNTS não é concorrente de provedores de acesso, mas uma forma de democratizar a informação. Para acessar, basta fazer um cadastro. É gratuito”, explicou Percival.



sexta-feira, 18 de abril de 2014

Programa da Rádio Zumbi prepara-se para comemorar três anos no ar


No próximo dia 18 de junho o programa radiofônico Alô Comunidade, veiculado pela Rádio Tabajara AM, aos sábados, das 14h às 15h, vai inteirar três anos no ar. A iniciativa, sem fins lucrativos, instaurou novo paradigma no radialismo paraibano ao envolver numa parceria uma emissora pública e ativistas do movimentos de rádios comunitárias e livres. O programa enfoca especialmente assuntos relacionados ao direito à comunicação, à cultura popular, à promoção da igualdade racial e à democratização da comunicação, com ênfase no ativismo comunitário.

O programa é produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, gerado pela Rádio Tabajara da Paraíba AM e transmitido por mais de dez rádios comunitárias paraibanas.



quarta-feira, 16 de abril de 2014

Alô Comunidade - Edição 143

   



Nesta edição uma entrevista com João Theotonio de Carvalho, poeta, ator amador, radialista, ex-atleta do Auto Esporte Clube e líder comunitário do bairro Bancários, em João Pessoa. Produção e apresentação de Fabio Mozart, Sonoplastia Mauricio Mesquita.

Deputada opina sobre a truculência da Anatel em relação às rádios comunitárias



 Em entrevista à Agência Abraço, a deputada Luciana Santos (PC do B/PE), autora do Projeto que garante recursos para a manutenção da imprensa alternativa, falou sobre o PL 7354/2014, que considera a grande importância de emissoras de rádio e TV comunitárias, educativas, produtoras regionais independentes e veículos de comunicação de pequeno porte. 


As rádios comunitárias são constantes vítimas de ações truculentas da Anatel. Na sua opinião, o que pode ser feito para que o governo e os órgãos que fiscalizam as mídias alternativas, tenham mais cuidado com os veículos que transmitem a voz das comunidades?

LS: Acredito que justamente por não haver tradição com relação a complementaridade dos sistemas de comunicação no Brasil, e também pela herança dos costumes do regime ditatorial, haja certa dificuldade em compreender  o papel das emissoras comunitárias. Isso no âmbito do Governo, mas também da população. As comunidades precisam se empoderar mais desses veículos. Compreender seu papel, sua importância para a democracia e para a cidadania e, desse modo, fazer uma defesa mais apropriada desse meio de comunicação tão estratégico. O sistema, de modo geral, e aí incluo Governos, Legislativos e órgãos de controle também precisam conhecer mais sobre as rádios comunitárias. Boa parte dos critérios que levam a fiscalização a situações, como você citou, de truculência poderiam ser resolvidos com um pouco mais de conhecimento técnico, com um amparo legal ajustado e melhor definido e, naturalmente, com diálogo que ainda é a melhor ferramenta das relações humanas.