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domingo, 25 de maio de 2014

Há três anos no ar, rádio comunitária do Jaraguá enfrenta dificuldades para se manter

Elizeu Corrêa (de vermelho) em entrevista com Ricardo Kadouac (Foto: Maria Benfica)


A Jaraguá FM (87,5), rádio comunitária do distrito Jaraguá, na zona oeste de São Paulo, dribla as dificuldades para manter sua programação diária além de organizar projetos de interesse da comunidade local.

“Na rádio temos que participar, apoiar projetos e ações de interesse coletivo. É uma das atribuições de uma emissora que se quer verdadeiramente comunitária”, diz Elizeu Corrêa, representante do canal.

O Jaraguá é como qualquer outra região da cidade de São Paulo: possui particularidades e, também, problemas que só os moradores conhecem. Este é um dos fatos que coloca os meios de comunicação locais, como rádios comunitárias, em posto de extrema relevância.

Além de divulgar notícias de interesse da população, elas também podem ser um elo entre a comunidade e as autoridades políticas visando o crescimento regional.
Apesar das inúmeras vantagens que uma rádio comunitária pode levar à sociedade, os obstáculos para desenvolver este trabalho são muitos, a começar pela concessão do Serviço de Radiodifusão Comunitária. O processo é extremamente burocrático e dificulta, inclusive, a obtenção de financiamentos para a emissora, uma vez que a atividade não pode ter fins lucrativos.

Segundo Elizeu Corrêa, a concessão da Jaraguá FM saiu depois de oito anos no Ministério das Comunicações. Hoje, há três abos no ar, enfrentam outros problemas, como a dificuldade de preencher a grade de programação ou, ainda, “encontrar locutores que queiram disponibilizar um pouco do seu tempo, na medida em que a emissora não tem condições de pagar uma remuneração regular”, comenta.

No entanto, para agir de acordo com os princípios de uma rádio comunitária, a equipe se organiza e intercala a programação que foca a problemática local com músicas variadas. “Assim, os problemas afetos ao bairro são abordados nos momentos em que temos locutores no estúdio”, revela Elizeu.

A divulgação da rádio é outro problema. Acostumados com grandes emissoras, o povo ainda resiste em ouvir uma programação focada no local. No entanto, Elizeu garante que quem conhece a rádio torna-se ouvinte permanente.


Folha de São Paulo