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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Radialista do SBT baleado em Altamira (PA): FITERT repudia política das empresas

A FITERT repudia veementemente a política das emissoras de radiodifusão no país de exporem seus funcionários e por em risco a vida dos trabalhadores no exercício da profissão. Manifestamos nossa solidariedade ao radialista Lucas Kempner, trabalhador do SBT em Altamira, no Pará. Lucas, que, segundo admitiu a própria emissora, já realizou diversas coberturas envolvendo denúncias de crimes no Estado, estava sozinho num veículo da TV quando dois homens fizeram mais de 10 disparos contra o radialista, que foi atingido por quatro projéteis. As informações sobre o atentado e o fato do trabalhador estar sozinho no episódio também foram dadas pelo próprio SBT.

De acordo com a emissora, o estado de saúde de Lucas é estável, mas ele teve de ser submetido a cirurgia.

Durante o funcionamento do Grupo de Trabalho formado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, entre 2012 e 2014, a FITERT denunciou que a postura das empresas tem contribuído para aumentar os riscos enfrentados pelos trabalhadores em pleno exercício profissional.

"Exigimos respeito à lei que regulamenta a profissão dos Radialistas, evitando esse tido de violência. A equipe de cobertura deve estar sempre completa para ter condições de perceber as ameaças à volta, o trabalhador sozinho não tem condições ver o que esta acontecendo ao seu redor. E deve ser avaliada permanentemente a necessidade de acompanhamento de segurança especializada em coberturas que envolvam mais alto risco", ressalta o coordenador da Federação, José Antônio Jesus da Silva.

A diretoria da FITERT repudia também o ataque ao exercício profissional e ao direito da população à informação que mais uma vez se verificou no episódio que feriu Lucas. No entanto, tais práticas por parte de foras da lei denunciados pelos meios de comunicação são conhecidas em nosso país. E a garantia da divulgação de crimes e ilegalidades só é possível como resultado da atuação de trabalhadores que vão atrás das notícias para assegurar o cumprimento do papel social da profissão. Por isso é ainda mais importante que as empresas protejam a integridade e as vidas dos profissionais de comunicação, e não se preocupem apenas com a transmissão das notícias e, em última instância, com seus lucros.