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terça-feira, 29 de março de 2016

Ministério das Comunicações fecha Rádio Comunitária em Campina Grande

Massilon é sanfoneiro e jornalista
O Ministério das Comunicações determinou a cassação da concessão da Rádio Comunitária Arius, de Campina Grande, após quinze anos de funcionamento. Ao não autorizar a renovação da licença, o Ministério alegou que a esposa do radialista Massilon Gonzaga, fundador e diretor da rádio, fazia parte da diretoria, o que é proibido pela lei que disciplina esse serviço. “Só descobriram isso depois de 15 anos no ar e nem me avisaram oficialmente. Estávamos ameaçando a segurança Nacional”, ironizou Massilon.



Segundo o diretor da Arius, o episódio teve origem em sua negativa de participar de grupo político em Campina Grande, ligado ao Governo Federal. “Certo dia, fui chamado para integrar o grupo que apoia o governo Federal em Campina. Não aceitei. Meses depois, fui surpreendido com a publicação no Diário Oficial da União dizendo que a concessão fora cassada”, afirmou ele.
A Rádio Comunitária Arius servia como laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade estadual da Paraíba e reunia diversas entidades do bairro do Catolé, com apoio da FIEP, Clube Campestre, Associação dos Repentistas, Clube de Mães, Associação do bairro – Sab, Associação Campinense de imprensa – ACI, Sindicato dos Motoristas, Igreja Católica e igrejas evangélicas. “Servimos à comunidade. Formamos muitos profissionais e abrimos espaços para todos os segmentos da comunidade, inclusive políticos”, disse Massilon.
A decisão de extinguir uma rádio comunitária, avalia o jornalista Marcos Wéric, é considerada rara. Segundo ele, a programação da Arius era marcada por fortes criticas ao deputado Veneziano Vital do Rego, o que teria motivado o pedido ao Ministério, embora o jornalista registre, em suave tom de ironia: “mas claro que isso não tem nada a ver com o fato da extinção”.